Grupo para Adolescentes
A abordagem utilizada na condução do trabalho com os grupos que se apresentará em seguida pode ser classificada como um Psicodrama Moreniano, pois, seus propósitos são:
- promover a liberação da espontaneidade do adolescente, através do brinquedo, jogos, representações e outras atividades escolhidas livremente;
- facilitar a estruturação sociométrica do grupo;
- promover o desenvolvimento da “tele”, ou seja, a possibilidade de trocar de lugar com o outro).
Adotamos, portanto, a postura da “escuta”, para entender melhor suas reais necessidades.
Em minha experiência, posso observar, através do relato dos pais, dos profissionais e dos professores, além das observações pessoais, um progresso significante nos padrões de comunicação, atitudes e ajustamento emocional destes meninos.
Utilizamos a maioria das técnicas psicodramáticas, tais como:
- jogos corporais,
- "role-playing",
- jogos sem palavras,
- espelho,
- duplo,
- inversão de papéis, entre outras.
Nosso trabalho inicia com o estabelecimento de um vínculo positivo e favorável com cada adolescente individualmente.
Posteriormente, nos grupos, propiciou-se aos adolescentes a oportunidade de melhorar suas habilidades em estabelecer vínculos mais saudáveis com pessoas (os colegas de grupo) e com objetos (os jogos e os materiais disponíveis no trabalho de grupo).
Procura-se criar um ambiente protegido, onde eles não sejam cobrados ou punidos por seus "fracassos" e nem pressionados a se desempenhar bem, mas assistidos e acolhidos em suas dificuldades.
Como resultado, verificamos o desenvolvimento de uma situação que chamamos de "educação paralela", onde se desenvolve nos adolescentes a capacidade de crescimento e aprendizado, diferenciados daquelas normas básicas e gerais que regem as situações ambientais a que estavam sujeitos .
Além disto: facilitando um maior grau de espontaneidade e favorecendo a capacidade criativa de cada adolescente, facilitamos a estes um maior conhecimento do seu Eu, de suas potencialidades. Protegidos por um ambiente que o próprio grupo cria, os membros podem promover uma liberação da carga emocional "contra o mundo", reprimida que estava pelo outro ambiente que apenas exigia aceitação e respeito.